terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

QUANDO AS LEIS DA NATUREZA CONTRADIZEM SEU CRIADOR


NO LIVRO CRIAÇÃO IMPERFEITA - COSMO, VIDA E O CÓDIGO OCULTO DA NATUREZA (SÃO PAULO: RECORD, 2010), O PROFESSOR DE FILOSOFIA NATURAL E DE FÍSICA E ASTRONOMIA, MARCELO GLEISER NOS MOSTRA ATRAVÉS DE DADOS HISTÓRICOS, DO ÂMBITO CIENTÍFICO E FILOSÓFICO, QUE A EXISTÊNCIA DO SER "COMPLEXO" E "INTELIGÊNTE" NO PLANETA TERRA, NÃO É RESULTADO DE UM PLANO PRÉ-CONCEBIDO POR UM UNIVERSO CONSCIENTE - DEUS. ELE ARGUMENTA QUE O HOMEM É UM SER IMPROVÁVEL, FRUTO DA ASSSIMETRIA DE COMPOSTOS ORGÂNICOS: A VIDA INTELIGENTE EXISTE POIS,  AO LONGO DESTES 15 BILHÕES DE ANOS, DESDE O BIG BANG, UMA CADEIA DE EVENTOS QUÍMICOS E FÍSICOS A PROPICIARAM. 



Imagem mostra as etapas ddesde o Big Bang até o Universo que conhecemos hoje. Disponível em: http://news.softpedia.com/newsImage/Nuclear-Chemistry-of-the-Big-Bang-2.jpg.

Neste livro sobre a Criação do Universo, , Gleiser questiona a tendência que a ciência tem em buscar a resposta na Teoria Final, onde o Código Oculto da Natureza se revelará mostrando a perfeição simétrica da matemática em que tudo existe. 

Para Gleiser, esta Teoria Final, difundida e estudada poe cientistas unificadores como Pitágoras, Aristóteles, Kepler e Einstein (GLEISER, pp. 25), continua repercurtindo devido a educação monoteista predominante na socidade ocidental. A premissa de termos apenas um Deus em que depositamos nossa fé, reflete na hipotização com embasamentos cientificos para uma teoria que explica toda a criação do Universo por um único evento.

Para leigos/curiosos sobre o grande cosmo e à origem e destino da vida, é um livro extremamente esclarecedor e revelador. Dividido em cinco partes, ele explica como a vida, o tempo, a materia e a existência são construídas em cima de partes assimétricas, ou seja, resultado de um jogo de balanço que varia o tempo todo entre o positivo e o negativo, o quente e frio, o muito e o pouco.

Na Parte I do livro, Gleiser faz um levantamento histório dos maiores cientístas desde Tales, passando pelas descobertas de Pitágoras, o pensamento Platônico, os erros e acertos de Kepler, as desventuras de Copérnico e Galileu e o relativismo de Einstein. Ele expõe como e porque a ciência tenta, até hoje, encontrar uma resposta na Teoria Final, onde o Código Oculto da Natureza se revelará mostrando a perfeição simétrica da matemática em que tudo existe. Ele argumenta que NÃO devemos estacionar as buscas pelos mistérios da criação na Teoria Final, mas sim expandir nossos conhecimentos através de outros pontos de vistas. Que devemos nos preparar para a idéia de que não somos fruto de um plano pré-concebido por um Universo consciente. Que estamos aqui porque a natureza aconteceu assim e nos incubiu da mente do Universo. O que ele nos diz é que talvez não exista um porquê final. Que talvez sejamos apenas uma consequência de fatos; Que não tenhamos respostas para tudo e, que devemos simplesmente cuidar da nossa sobrevivência. Que o fato de estarmos aqui refletindo o porquê de tudo seja mera obra do acaso. Mas que isso não deve nos desincetivar na busca de um ideal mais justo. Pelo contrário: devemos nos achar ainda mais especiais por termos tido a chance de existir. A mensagem do livro pode ser muito simples... Salvem o Planeta Terra pois é só neste cantinho do Universo que temos a certeza que poderemos desfrutar de jardins maravilhosos.

Quanto a fé em Deus, Gleiser acredita que ela seja muito importante para as pessoas. A fé é benéfica socialmente e psicologicamente. Ele critica o ateísmo radical dizendo que "se a intenção de alguns é tirar a religião das pessoas, é bom oferecer um outro tipo de ópio" (referindo-se à famosa frase de Karl Marx: "A religião é o ópio do povo"). E continua "O que o ateísmo oferece - mesmo com todo o seu apelo à razão e a lógica da ciência - não vai funcionar. Ao menos não como costuma ser apresentado, sem qualquer vestígio de espiritualidade." (GLEISER, pp. 41).  A espiritualidade de Gleiser, ele explica, é inspirada pela natureza, é uma celebração da vida.

Neste ponto encontramos um elo com a vida de Darwin contada no filme  "A Criação". Diferente do que o título pode sugerir para alguns, pouco é abordado sobre a Criação da vida na Terra e os experimentos do biológo. Ele trata mais do dilema religioso que assombrou a sanidade de Darwin apartir de suas descobertas sobre a origem da vida  e acentuado depois da morte precoce de sua filha Anne aos 9 anos.

 O filme mostra a relutância de Darwin em concluir seu trabalho em "A Origem das Éspécies" devido a sua educação católica e a inabalável fé de sua esposa, Emma. Mas com a morte de sua filha Anne  ele opta por contrariar seus dogmas religiosos e, finalmente, publicar sua teoria.

Apesar de tudo isso, Darwin nunca abriu mão completamente da crença em uma força maior, afirmando que o fato de provar que a vida acontece por si só não exclui a possível existência de Deus. Em uma carta para John Fordyce em 1879, ele escreveu: "Nas minhas flutuações extremas, eu nunca fui um ateu no sentido de negar a existência de um Deus. Penso que, em geral, e cada vez mais assim que envelheço - mas não sempre - que um agnóstico seria a mais correta descrição do meu estado de espíruito"   

Tanto o livro Criação Imperfeita quanto o filme A Criação mosram incertezas sobre o futuro da humanidade e as verdades da natureza. São cientistas que procuram uma resposta que não destitua o instinto humamno da beleza do  perpetuar a bondade através da fé religiosa, podendo este ser um sentimento fantasioso e abstrato, mas que tem mantido alguma ordem social e ajudado homens e mulheres a serem mais felizes.

Nenhum comentário:

Postar um comentário