segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

PERSONA (INGMAR BERGMAN)

PERSONA É UMA PALAVRA ITALIANA QUE DERIVA DO LATIM PER SONARE, QUE SIGNIFICA "SOAR ATRAVÉS DE". É UMA MÁSCARA USADA NO TEATRO PARA REPRESENTAR O PAPEL.  NESTE FILME AS MÁSCARAS SÃO MENCIONADAS, SUBJETIVAMENTE, PARA OS ESPECTADORES. A ATRIZ ENTRA EM CRISE POR NÃO QUERER MAIS REPRESENTAR, ENGANANDO-SE, POIS MESMO SEM FALAR ELA ESTARÁ REPRESENTANDO. O FILME ABORDA AS MÁSCARAS QUE USAMOS DIARIAMENTE. 


O FILME Uma atriz que está atuando na peça Elektra, de repente, no meio da apresentação, fica muda. Cria-se aí, um clima de mistério e suspense. Mas logo ela se recompõe e pede desculpa, dizendo que teve vontade de rir. No dia seguinte, volta a silenciar e entra num estado de quietude total. Essa situação a impede de trabalhar e ela passa a ser cuidada por uma enfermeira. Para o tratamento as duas se retiram em uma casa na praia e acabam se envolvendo emocionalmente. A enfermeira conta sobre suas ansiedades e experiências, mas ao longo dos dias começa a se incomodar com o fato da atriz não interagir e a acusa, indiretamente, de egoísta. Culmina em uma briga e, então, o filme desenvolve a trama sobre as duas mulheres.
Na psicologia, Carl Jung usou o conceito de "máscara" para explicar como nos adaptamos, ao meio exterior que presenciamos, para facilitar a comunicação. A máscara é uma forma de buscar aceitação. 
O filme é relativamente curto (85 minutos), porém extremamente denso. Considerado minimalista por usar apenas cinco atores - sendo que apenas as duas principais aparecem por mais de um minuto - com figurino reduzido e pouquíssima maquiagem.
A fotografia é muito bem elaborada. O frequente uso da sobreposição do rosto das duas mulheres é um recurso visual usado pelo diretor para representar como suas personagens a se mesclar . Principalmente a enfermeira que, por admiração doentia, passa a desejar ser a atriz. 
O filme tem aspectos experimentais de caráter autoral: durante a narrativa a câmera se volta para os bastidores, mostrando, inclusive, o próprio Bergman, como que para nos lembrar que é apenas um filme, e não fazemos parte da história. Isto acontece na introdução do filme, na metade e no final. 
A introdução  é um experimento visual com imagens aparentemente desconexas que terminam com um menino levantando-se da cama e indo de encontro a projeção de um rosto de mulher para acariciá-la. Talvez isso seja uma referência ao complexo de Édipo que, depois, fará uma "contra-referência" ao fato da personagem atriz estar atuando em Elecktra, que foi o mito base para o complexo de Elektra teorizado por Jung.
O filme é citado em algumas listas como uma das 100 obras mais importantes do cinema, e  alguns diretores vieram a fazer referência a ele, como Woody Allen em "A Última Noite de Boris Grushenko" e David Lynch em "Mulholand Dr.".
A poética do filme é fundada em impressões de importância pessoal para o diretor, tendo se preocupado pouco com a reciprocidade do público . Em seu livro "Imagens", Ingmar Bergman afirma: "Um ponto significante: pela primeira vez eu não me importei se o resultado [do filme] seria um sucesso comercial..."

Um comentário:

  1. AHÁ! Você escrevendo várias e nem me avisa! Tá Louco! Eu tenho complexo de Elektra e você?

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