quinta-feira, 7 de março de 2013

A BOA-FÉ NEGOCIADA

EM TEMPOS DE POLITICAMENTE CORRETO, EM QUE A CARIDADE E O BEM-FAZER ESTÃO EM ALTA, AS IDEIAS DO CINEASTA SÉRGIO BIANCHI E DO FILÓSOFO SLAVOJ ZIZEK SE ENCONTRAM PARA MOSTRAR COMO O MERCADO SUGERI, IDEOLOGICAMENTE, ESSAS ATITUDES AFIM DE ESTIMULAR O CONSUMO SEM CULPA.


Duas pessoas me chamam a atenção quanto ao tratamento da relação entre a sociedade e os poderes que a dirigem: o filósofo esloveno Slavoj Žižek e o cineasta brasileiro Sérgio Bianchi.  O que eles têm em comum, e o que tentarei mostrar aqui, é a rejeição das máscaras ideológicas da tolerância, que velam a economia global em suas formas mais­­ cruéis, sendo que Bianchi concentra o seu trabalho na representação e interação das classes da sociedade brasileira, ao ponto que Žižek busca tecer um conhecimento a respeito dos "subterfúgios do capitalismo liberal por todo o mundo"[1]. Outro ponto de convergência é a ligação do filósofo com o cinema. Apesar de não ser cineasta, ele tem o cinema, e principalmente as produções hollywoodianas, como objeto de pesquisa e exemplos para suas reflexões, além de ter participado de dois filmes que apresentam suas análises.  

Quando me refiro a máscaras estou falando sobre o "cinismo descarado" (Žižek, 2012, p. 14) do capitalismo global, que ao invés de agir pontualmente a favor da emancipação da população explorada, prolonga o status quo através de discursos e práticas distorcidas, por exemplo, sobre "sustentabilidade" ou "inclusão social" que se tornaram necessários para a continuidade da ordem mercadológica e, consequentemente, vem  perdendo sua funcionalidade real. Podemos até fazer uma alusão a este processo, usando uma frase da música Não existe Amor em SP, do rapper Criolo, se trocarmos a palavra "São Paulo" por "sustentabilidade"; essa sustentabilidade mambembe que vemos sendo praticada:

São Paulo é um buquê
Buquês são flores mortas
Num lindo arranjo
Arranjo lindo feito pra você


Sob o signo da responsabilidade social, cada vez mais os governos neoliberais estão delegando funções de cunho social, antes restritamente de incumbência dos órgãos públicos, à empresas privadas. No Brasil vemos isso em forma de projetos de incentivo à cultura, educação e meio ambiente, cujo valor, que é distribuído em forma de produto social, é abatido do imposto de renda e retorna para a instituição investidora como marketing. Isso não é novidade. A pergunta que surge é: Qual a verdadeira preocupação da empresa que "investe" na inclusão social ou na cultura? E a do governo? É aqui que Žižek e Bianchi fazem suas observações.

Percebendo este fenômeno, - que não é exclusivamente brasileiro, apesar de funcionar através de mecanismo diversos e diferentes pelo mundo - o filósofo Slavoj Žižek explica porque hoje, "caridade não é mais apenas uma idiossincrasia de alguns caras legais, mas o constituinte básico da nossa economia". (Žižek, 2009) Hoje não mais compramos, vendemos e damos parte para uma "boa causa", como por exemplo, ecologia. No ato de consumir, está cada vez mais implícito o ato caridoso, ou anti-consumista.

Ao entrarmos em uma loja Starbucks, por exemplo, nos deparamos com selos e cartazes que garantem que o café ali vendido é produto de uma negociação justa - o fair trade - que resulta no investimento e crescimento sustentável das comunidades que plantam os grãos. "Você não compra apenas um café, você compra o próprio ato do consumo [...] Você compra a própria redenção por ser um consumidor" (ibdem), diz  Žižek, que a isto chama de Capitalismo Cultural - empregando e adaptando o termo "Capital Cultural", cunhado por Pierre Bourdieu: paga-se pelo produto + a  política de "boa ética" proposta pela empresa

Outro exemplo explorado pelo filósofo são as maças orgânicas. Provocador, Žižek, acusa os compradores de maças orgânicas de preferi-las não, realmente, por acreditarem que será melhor do que aquela com agrotóxicos ou geneticamente modificadas (e que custam metade do preço), mas porque assim eles podem pensar que estão fazendo "algo pela nossa Mãe Terra, pelo nosso planeta, etc, etc." (Žižek, 2009) Ele admite ser cético e cínico, argumentando ser este o preço do "ato egóico de consumo".

Em uma das cenas do filme "Quanto Vale ou é por Quilo?" (Bianchi, 2005),  um dos personagens principais, Ricardo, um consultor para ONGs que precisam captar recursos para seus projetos, faz um vídeo institucional convidando parceiros para sua empreitada, explicitando do que constitui esse ato egóico aplicado mercadologicamente:

"Consumidores da classe AA sempre imprimiram o seu padrão de consumo a outras classes. Hoje a classe média também quer ter o luxo de ter princípios. Daí esse surto de ações socias. Só no Brasil estimam-se cerca de 20 milhões de voluntários. Para as empresas esse público de 20 milhões é um potencial de gerador de lucros. Por outro lado, o consumidor quer que a empresa tenha responsabilidade social. A empresa socialmente responsável pode até vender mais caro que a concorrente, afinal está cobrando mais pelo bem comum. A sua empresa também pode se associar a este projeto vencedor".

A cena acima, cuja carga cínica é construída pelo personagem ao longo do filme, pode ser contraposta com uma citação que Žižek faz do livro de Oscar Wilde, A Alma do Homem sob o Socialismo (1891):

"Os piores donos de escravos são aqueles que são bons para os seus escravos e que assim impedem que o núcleo do sistema seja percebido por aqueles que sofrem com ele, e entendido por aqueles que o contemplam. A caridade degrada e desmoraliza. É imoral usar a propriedade privada de forma a aliviar os males horríveis que resultam da instituição da propriedade privada." (WILDE, 1891 apud ŽIŽEK, 2009)

Ironicamente, a citação acima foi proferida em uma palestra de Žižek na RSA (Royal Society for the encouragement of Arts, Manufactures and Commerce) - uma organização não governamental e sem fins lucrativos, patrocinada por pessoas físicas e jurídicas, com o intuito de encontrar soluções práticas para os desafios sociais contemporâneos.

Enquanto Žižek teoriza sua visão de mundo, Bianchi constrói cenas impactantes sobre a hipocrisia e a pobreza (inclusive de "espírito") de nossa sociedade, colocando o espectador diante de uma "verdade traumática". Assim, seus filmes parecem  concordar com Žižek quando diz que as viradas em direção a emancipação acontecem quando essa verdade traumática "não só é aceita de maneira distanciada, como também vivida por inteiro", quando "nos apavorarmos com nós mesmos". É este o efeito que Bianchi causa em seus espectadores: desgosto com a nossa própria condição de ser humano, para então, podermos escapar da mentira que é o "estado 'espontâneo' da vida cotidiana" (Žižek, 2012, p.14). Em outras palavras, metaforicamente, um soco no estômago, uma puxada de tapete, de quem acha que está contribuindo para a sociedade, fazendo caridade ou levantado uma bandeira de "boa causa".

Sugiro, então, que é este o efeito, de "verdade traumática", que Bianchi forja em seus espectadores ao filmar, "Cronicamente Inviável" (1999). Já na primeira cena do filme, um homem mexendo em um vespeiro com uma tocha de fogo, simboliza o que estamos para assistir: o tráfico de órgãos, o abuso de autoridade por parte da polícia militar, o separatismo sulista, a alienação do povo no Carnaval, entre outros temas "cabeludos".  

A "realidade brasileira" é enfatizada pelo diretor através de personagens como o casal carioca da classe média-alta, Maria Alice e Carlos:  ela, que demonstra compaixão[2] com as pessoas de classe mais baixa; e ele, de visão pragmática sobre a vida, acreditando na racionalidade como forma de tirar proveito da bagunça típica do Brasil. É dele um marcante discurso sobre a "institucionalização" do "trambique" nacional, tornando impossível sobreviver no País honestamente. Além disso, ele ridiculariza a esposa por sua "vontade de ajudar o próximo" (sendo claro no filme que ela fala muito mais sobre a desigualdade do que faz), e humilhar a empregada doméstica, com a justificativa de que "A lei do menor esforço é a que rege o mundo. É preciso manter as pessoas em permanente tensão".

Voltando ao filme "Quanto Vale ou é por Quilo?", Bianchi fala, não somente, sobre a falta de ética no "comércio"  da caridade no Brasil, mas também traça um paralelo entre  a situação dos negros brasileiros durante o período da escravidão, e a situação hoje, dos herdeiros (que não são, necessariamente, descendentes dos africanos) dessa "justiça" escravocrata que exterminou qualquer possibilidade de superação e emancipação, a curto prazo, das camadas dominadas.[3]

Essa discussão nos leva a um outro personagem de "Quanto Vale ou É Por Quilo?", um jovem cuja história se cruza com a do consultor Ricardo ao sequestrá-lo com a justificativa de que esse seria um mecanismo de "distribuição de renda e justiça social". Žižek compara - inclusive citando um "arrastão" no Rio de Janeiro - este tipo de  mecanismo de justiça social (ou vingança, ou justiça com as próprias mãos) ao conceito de "violência divina", desenvolvida por Walter Benjamim [4] (Žižek, 2011, p. 171)

O sequestrador, um negro, agora preso e inconformado com a sustentação do poder em nossa sociedade, e cuja sagacidade e senso crítico é simbolizada pelo óculos de grau que usa, reflete a ideia de Žižek sobre uma enorme parcela da população, os "favelados", que "não é apenas um excedente desnecessário: ela se incorpora de várias maneiras à economia global" (Žižek, 2011, p. 419). De dentro de uma cela superlotada o presidiário diz:

"Esse é o nosso navio negreiro. Dizem que a viagem era bem assim. Só que ela só durava dois meses. E o principal, o navio ia terminar em algum lugar. Na escravidão a gente era tudo máquina. Tudo máquina! Só que aí eles pagavam o combustível e a manutenção para que a gente tivesse saúde para poder trabalhar de graça para eles. Agora não. Agora é diferente. Agora a gente é escravo sem  dono. Cada um aqui custa 700 paus para o Estado por mês. Isso é mais do que três salários mínimos. Isso diz alguma coisa sobre esse país. O que vale é ter liberdade para consumir. Essa é a verdadeira funcionalidade da democracia."

Seriam as favelas e periferias dos grandes centros urbanos brasileiros um tipo de novo apartheid [5]? Me parece coerente usar este termo para designar a conjuntura em que vive a população marginalizada (e subsequentemente, carcerária) do Brasil e que assistimos  nos filmes de Bianchi.

Diferente de "Quanto Vale ou é por Quilo?" e "Cronicamente Inviável, o terceiro filme sobre o qual falarei aqui, "Os Inquilinos", é uma narrativa de ficção linear, que não alterna com aspectos do gênero documentário[6]. Neste filme, Bianchi se concentra no desenvolvimento de um personagem central, Valter, um trabalhador informal, ou seja sem direitos ou garantia. O personagem, morador de um bairro de classe média baixa do subúrbio de São Paulo, tem sua consciência e rotina abaladas quando homens, aparentemente criminosos, alugam a casa ao lado.

Com se não bastasse a violência cotidiana que vive (o ônibus lotado, as brigas que assiste no trânsito, a falta de respeito do chefe, o contato com a miséria, e por aí vão as situações que o cidadão, principalmente o mais pobre, se depara diariamente), Valter, esposo e pai de um casal de adolescentes, entra num processo de paranoia pois passa o dia todo fora trabalhando e a noite frequentando o curso de Educação para Jovens e Adultos (EJA), sem saber, ao certo, o que acontece e quais riscos que ele e sua família estão correndo.  Quando, finalmente, chega em casa ele ouve os comentários da esposa sobre os vizinhos suspeitos que não trabalham, criam confusão na rua e fazem festas exageradas com prostitutas e som alto que segue pela madrugada e perturba o sono do trabalhador honesto. É o medo e a incerteza instaurado em sua vida, provocado pelo "desconhecido conhecido".

Para entender o "desconhecido conhecido" é importante lembrar de um evento de 2002 quando, após os Estados Unidos falharem em comprovar a existência de armas de destruição em massa no Iraque, o então Secretário da Defesa norte-americano, Donald Rumsfeld, tentou explicar a falta de evidencias de ligação entre o terrorismo do Al-Quaeda e o Iraque, com uma declaração[7] pontuando três tipos de certezas: 1) conhecidos que conhecemos; 2) conhecidos que desconhecemos; e 3) desconhecidos que desconhecemos.

Há conhecidos que conhecemos, há coisas que sabemos que sabemos. Também sabemos que há conhecidos que desconhecemos, o que quer dizer que sabemos que há algumas coisas que não sabemos. Mas também há coisas desconhecidas que desconhecemos, aquilo que não sabemos que não sabemos.  (RUMSFELD, 2002)

Em 2004, Zizek escreveu um artigo, acusando  governo Bush e Rumsfeld  de promover a tortura contra os internos da prisão de Abu Ghraib - acusação esta que veio a ser confirmada poucos anos depois. Ele propôs, então, um quarto tipo de certeza: o "desconhecido que conhecemos". Ou seja,

...as coisas que nós não sabemos que sabemos, que é, precisamente, o inconsciente freudiano, o "conhecimento que não se conhece", como Lacan costumava dizer.

Se Rumsfeld acha que os principais perigos no confronto com o Iraque foram os "desconhecidos desconhecidos", ou seja, as ameaças de Saddam, cuja natureza não podemos sequer suspeitar, então o escândalo de Abu Ghraib mostra que os principais perigos residem nos "conhecidos desconhecidos" - crenças, suposições e práticas obscenas renegadas que fingimos não conhecer, mesmo que elas formem o pano de fundo de nossos valores públicos. (ŽIŽEK, 2004)


Voltando a consciência de Valter - e da população que vive o terror urbano - vemos todos os tipos de medos possíveis provocados por "certeza incertas" (ou seriam "incertezas certas"?), que não nos permite verificar como ou de onde o perigo virá (desconhecido conhecido). A eminência de uma tragédia que nos cerca, causando a desconfiança entre os conterrâneos,  mas ao mesmo tempo nos paralisando, pois seria obsceno (usando um termo de Zizek), declarar este medo e agir contra ele levando em conta que tudo o que temos são incertezas.

No início deste artigo foram feitas duas perguntas sobre as intenções da instituição privada e do governo quando "investem" na "inclusão social" e eu acredito que é justamente sobre isso que os dois autores que protagonizam este texto se preocupam. Será que existe de fato uma preocupação, ou será que existe apenas a intenção de manter o poder nas mãos de poucos. A impressão que temos ao interpreta-los é de que eles acreditam que vivemos em uma conjuntura violenta e traumática disfarçada de bons propósitos e que visam o interesse de poucos. As ideias de Bianchi e Zizek parecem se interceptar o tempo todo,  demonstrando que é possível desenvolver um senso crítico e não se deixar enganar pela ideologia que tenta nos conduzir para dentro da caverna de Platão.


REFERÊNCIAS

BAKER, C. The SAGE Dictionary of Cultural Studies. Londres: Sage, 2004.

BIANCHI, S. - http://www.youtube.com/watch?v=QgIVpo1KJ9c

BIANCHI, S. Entrevista com o diretor do filme Quanto Vale ou é Por Quilo?: entrevista. [16 de maio de 2005] São Paulo: Revista Época. Entrevista concedida a Ana Aranha e Cléber Eduardo. Disponível em: <http://revistaepoca.globo.com/Epoca/0,6993,EPT961935-1655-3,00.html> Acesso em: 17/01/2013.

Entrevista Bianchi http://p.php.uol.com.br/tropico/html/textos/3025,1.shl - A indignação de Sergio Bianchi - Por Alan de Faria - Publicado em 21/10/2008


ŽIŽEK, S. What Rumsfeld Doesn't Know That He Knows About Abu Ghraib. In These Times. mai. 2004. Disponível em: <http://www.lacan.com/zizekrumsfeld.htm> Acesso em: 17/01/2013.

ŽIŽEK, S. First as Tragedy, then as Farse. depoimento em vídeo [24 de novembro de 2009]. Londres: RSA Disponível em: < http://www.thersa.org/events/video/archive/slavoj-zizek-first-as-tragedy,-then-as-farce >. Acesso em: 17/01/2013.

Žižek, Slavoj. A Visão em Paralaxe. Traduçao: Maria Beatriz de Medina. São Paulo: Boitempo, 2008.

Žižek, Slavoj. Em Defesa das Causas Perdidas.  Traduçao: Maria Beatriz de Medina. São Paulo: Boitempo, 2011.

Žižek, Slavoj. Vivendo no Fim dos Tempos. Traduçao: Maria Beatriz de Medina. São Paulo: Boitempo, 2012


[1] Essas palavras são do professor, e mais do que isso, grande amigo Wilton Azevedo. Obrigada!
[2] Lembro aqui do capítulo 9, do livro A Insustentável Leveza do Ser, dedicado a etimologia da palavra "compaixão", que nas línguas latinas significa piedade, ou seja, oferecemos nossa compaixão, sem porém compartilhar do sentimento que leva o próximo a sofrer, um sentimento "medíocre", de acordo com o autor. Já nas línguas germânicas a palavra compaixão assume um sentido de "co-sentimento": o indivíduo que sente compaixão sofre junto ao seu próximo o mesmo sentimento. Nas palavras do autor, "é o sentimento supremo". (KUNDERA, 2008, p. 25)
[3] É importante notar que Bianchi, frequentemente, faz uso de artíficios do gênero do cinema-documentário, como que para legitimar sua crítica. No caso do filme aqui citado ele utiliza dados públicos, como por exemplo o crescimento da população carcerária e relatos históricos pesquisados no Arquivo Nacional.
[4] Walter Benjamim, "Critique of Violence", em Selected Writings, v. 1, 1913-1926 (Cambridge, Massachusetts, Harvard University Press, 1996.)
[5] "(...) em nenhum outro lugar as formas de apartheid são mais palpáveis do que nos ricos Estados produtores de petróleo do Oriente Médio: Kwuait, Arábia Saudira, Dubai. Escondidos nos subúrbios, muitas vezes por trás do muro, há dezenas de milhares de trabalhadores imigrantes 'invisíveis', que fazem o trabalho sujo, da manutenção até a construção civil, separados de suas famílias e sem nenhum privilégio." (Zizek, 2012, p. 12).
[6] Apesar de ser visto por vários críticos da área como "cinema-denúncia".
[7] Esta declaração foi tão criticada como elogiada por políticos, jornalistas e linguistas tanto por sua complexidade como por sua clareza. Para Zizek,no entanto, não passou de "um pouco de filosofia amadora". (Zizek, 2004)